Bom, hoje vos trago a história de um serial killer brasileiro, mas prometo a vocês que verão serial killers estrangeiros também. A fonte de pesquisa foi retirada do Isso é Bizarro. É um pouco grande, mas garanto a vocês que vão gostar. Sem mais delongas, vamos ao post. Boa leitura! :D
O Monstro do Sistema.
Nome: Pedro Rodrigues Filho
Idade: 48 anos
Biografia: Mineiro de Santa Rita do Sapucaí, tem 48 anos. Nunca estudou, foi traficante na adolescência e passou toda a vida adulta na cadeia – desde os 18 anos
Folha corrida: Afirma ter matado mais de 100 pessoas. Fez a primeira vítima aos 14 anos. Suas condenações por homicídio somam 128 anos de detenção
Comportamento: Matou um colega de cela porque ‘roncava demais’, outro porque ‘não ia com a cara dele’. Bateu no médico traficante Hosmany Ramos e prometeu matar o estuprador conhecido como Maníaco do Parque.
Se a história de Pedrinho fosse transformada em filme, pareceria inverossímil. A violência apareceu antes de seu nascimento. Ele veio ao mundo em 1954, numa fazenda em Santa Rita do Sapucaí, sul de Minas Gerais, com o crânio ferido, resultado de chutes que o pai desferiu na barriga da mãe durante uma briga. Conta que teve vontade de matar pela primeira vez aos 13 anos. Numa briga com um primo mais velho, empurrou o rapaz para uma prensa de moer cana. Ele não morreu por pouco. Como quatro em cada cinco presidiários, Pedrinho tem baixa escolaridade. Nunca foi à escola e caiu precocemente na bandidagem.
Seu primeiro crime foi aos 14 anos, quando o pai foi demitido do cargo de vigia da escola municipal, sob a acusação de roubar merenda.
Pedrinho matou a tiros o prefeito da cidade, que havia ordenado a demissão, e depois outro vigia, que supunha ser o verdadeiro ladrão. Fugiu para Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, onde moravam seus padrinhos. Conheceu a viúva de um líder do tráfico, apelidada de Botinha, e foram viver juntos. Assumiu as tarefas do falecido e logo foi obrigado a eliminar alguns rivais, matando três ex-comparsas. Morou ali até que Botinha foi executada pela polícia. Pedrinho escapou, mas não deixou a venda de drogas. Arregimentou soldados e montou o próprio negócio.
Foi quando encontrou Maria Aparecida Olímpia, por quem se diz apaixonado até hoje – tem seu nome tatuado no braço, perto da inscrição ‘Sou capaz de matar por amor’. Ela engravidou, mas não chegou a ter o bebê. Certo dia, ao entrar em casa, Pedrinho encontrou-a morta a tiros. Em busca de vingança, matou e torturou várias pessoas, tentando descobrir os responsáveis. Não conseguiu, até que o mandante, um antigo rival, foi delatado por uma ex-mulher. Pedrinho e quatro amigos o visitaram durante uma festa de casamento. Deixaram um rastro de sete mortos e 16 feridos. Pouco depois de completar 18 anos, com várias mortes nas costas, Pedrinho finalmente foi preso, denunciado pelo pai de uma namorada. Atrás das grades ele perdeu contato com sua quadrilha, ganhou fama de matador e aprendeu a ler e a escrever. Além de se aperfeiçoar na capacidade de eliminar o próximo sem sofrer nenhum tipo de perturbação. Pedrinho é a descrição perfeita do que a medicina chama de psicopata – alguém sem nenhum remorso e nenhuma compaixão pelo semelhante. Os psiquiatras Antonio José Elias Andraus e Norberto Zoner Jr., que o analisaram em 1982 para um laudo pericial, escreveram que a maior motivação de sua vida era ‘a afirmação violenta do próprio eu’. Diagnosticaram ‘caráter paranóide e anti-socialidade’.
Quando Pedrinho foi para trás das grades, o carro do ano era o Ford Maverick, precisava-se de telefonista para fazer um interurbano e o Chile ainda não havia sequer entrado na ditadura Pinochet. De lá para cá o matador se transformou num tratado ambulante sobre a vida na cadeia. Informado de que seus inimigos armavam uma emboscada, ficou sabendo também que era fácil comprar de um carcereiro uma faca para defender-se. Tratou de providenciar uma. No meio do pátio, um preso lhe deu o bote. Ao sujeito que o atacou, juntaram-se mais quatro. A multidão fez uma roda para ver o massacre. Depois de alguns minutos de pancadaria, porém, três já estavam mortos e Pedrinho continuava lutando. Assustados, os outros dois fugiram.
O bandido ganhou notoriedade por essas matanças. Mas ele gosta de reforçar sua fama contando outras histórias, muitas das quais não se sabe ao certo se aconteceram ou não. Como muitos assassinos em série, seus depoimentos costumam misturar realidade e fantasia e boa parte dos cadáveres que se orgulha de ter produzido nunca foi encontrada. Pedrinho conta, com orgulho, que matou o próprio pai, depois que ele matou sua mãe desconfiado de traição. Diz que, para vingá-la, rasgou o peito do pai a facadas e comeu um pedaço de seu coração. O problema é que, em depoimento a um psiquiatra, ele contou outra história. Disse que o pai foi assassinado por familiares de uma amante. Assim como esse, vários relatos feitos por ele têm contradições. Por isso, não se sabe ao certo quantas pessoas ele assassinou. Em alguns crimes, simplesmente não há registro documental. Na penitenciária, segundo diz, matou um preso apelidado de Raimundão, que extorquia familiares de detentos, e jogou-o no fosso do elevador. Funcionários da instituição se lembram do caso, mas Raimundão não aparece na lista de condenações de Pedrinho. Tudo mostra que o inquérito não identificou o assassino ou a morte foi assumida por outro preso – ‘favor’ que os líderes da bandidagem costumam pedir a membros menos importantes das quadrilhas.
O aspecto que mais chama a atenção na biografia de Pedrinho é a falta de informação. Ele não sabe quase nada a respeito de seus processos. Entrevistado, surpreendeu-se ao saber que constam apenas 18 acusações. ‘Só isso? Não pode ser tão pouco assim’, diz. Muitos documentos antigos desapareceram num buraco negro antes da informatização dos tribunais. ‘O período mais caótico para os registros penitenciários no Brasil são os anos 70. Muitos documentos sumiram e, para fazer um levantamento dos históricos dos criminosos desse período, a fonte mais confiável são os depoimentos verbais’, explica o sociólogo Túlio Kahn, ex-consultor do Ministério da Justiça. Por isso, é provável que Pedrinho tenha matado menos do que diz, porém mais do que aparece em sua ficha, numa mostra de ineficiência da polícia e do Judiciário.
A história do Matador mostra como o sistema carcerário fez com que um bandido perigoso, com problemas psiquiátricos, tivesse sua condição ä agravada – tendo como conseqüência uma matança ainda maior. Com o passar do tempo, Pedrinho começou a puxar a faca por motivos cada vez mais fúteis. Toda vez que foi transferido – para nove instituições diferentes -, Pedrinho cometeu mais crimes. Em 1985, teve a honra de inaugurar o Centro de Readaptação de Taubaté, o Anexo, um regime especial para os presos que não se adaptam a lugar nenhum. De 1992 a 2002, ficou completamente isolado, numa espécie de solitária, onde só tinha contato com os carcereiros. Distraía-se jogando paciência e fazendo ginástica. Há um ano, Pedrinho voltou para a Penitenciária do Estado, onde tem comportamento classificado como ‘exemplar’. É o coordenador da limpeza da escola, diz que está mais calmo e que, de inimigo, só tem o Maníaco do Parque, que jurou matar porque não admite violência contra mulheres.
Ao completar 30 anos de prisão, Pedrinho apresenta à Justiça uma questão raríssima: libertá-lo ou não? Dúvidas como essa aparecem no máximo uma vez por ano, segundo um diretor da Penitenciária do Estado, porque poucos presos sobrevivem tanto tempo. Os casos mais famosos são o de Chico Picadinho, o assassino em série que saiu do presídio apenas para continuar confinado no manicômio judiciário, e o do Bandido da Luz Vermelha, que foi jogado nas ruas como um extraterrestre e morreu numa briga meses depois. Em janeiro de 1997 uma defensora pública solicitou a recontagem da pena de Pedrinho para pedir sua soltura em 2003. O pedido foi negado por um juiz, que citou um item do Código Penal segundo o qual crimes cometidos depois do início do cumprimento da pena implicam nova contagem. Com essa interpretação ele só sairá em 2017. O criminalista Rodrigo Dell’Acqua e o promotor Marcelo Mendroni concordam com a tese. Afirmam, no entanto, que a decisão poderia ser questionada em tribunais superiores. Como um recurso demoraria e Pedrinho não tem sequer advogado, é certo que o matador não voltará à rua pelo menos nos próximos meses.
“Vou matar o motoboy”
Pedrinho Matador já executou 71 pessoas e promete estrangular Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, que cumpre pena no mesmo presídio
O ataque é rápido, a chance de reação, mínima. Com uma das mãos no queixo, a outra agarrada aos cabelos, ele desloca a cabeça da vítima para cima e para o lado, quebrando-lhe o pescoço. A morte é instantânea. Pedro Rodrigues Filho, 44 anos, o Pedrinho Matador, um dos mais cruéis assassinos do País, não precisa de arma para matar. Usa as mãos e a força do seu corpo.
Pedrinho mantém a forma física à custa de quatro horas diárias de ginástica num espaço de sete metros quadrados. Esse é o tamanho da cela individual que ocupa na Casa de Custódia, em Taubaté, no interior paulista. “Faço exercícios para me defender”, diz.
ASSASSINO DO PAI
Oficialmente, ele matou 71 pessoas, 40 delas dentro das prisões. O próximo de sua lista é Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, que também cumpre pena ali por ter confessado o assassinato de dez jovens. “Se eu chegar perto, a vida dele acaba em dois minutos”, ameaça.
O ódio ao motoboy não é pessoal. Pedrinho executou dezenas de estupradores nesses 27 anos em que está preso. O que ele não admite é violência contra mulheres e crianças. Sua mulher foi assassinada por traficantes no sétimo mês de gravidez. Mas ele não gosta de falar sobre o caso. “Só acho que um cara como o motoboy não merece viver.”
O diretor da Casa de Custódia, José Ismael Pedrosa, não acredita que Pedrinho consiga cumprir sua promessa. Os detentos passam a maior parte do tempo trancados e tomam banho de sol isolados. “Mesmo que o Pedro consiga sair da cela, ele não vai saber onde encontrar o Francisco”, diz o diretor. “Além disso, os dois estão sempre acompanhados por guardas penitenciários.”
A Casa de Custódia, ou “Piranhão”, na gíria local, é um presídio de segurança máxima. A eficácia de seus métodos de isolamento está comprovada. Desde que foi transferido para Taubaté, há 16 anos, Pedrinho não conseguiu matar ninguém. Não que não tenha tentado. Ele atacou um companheiro na época em que os detentos almoçavam juntos – hoje cada um come em sua cela. Já estava com o pé sobre o pescoço da vítima, quando resolveu acatar o apelo do diretor. “Ele só não morreu porque o doutor Pedrosa chegou e pediu para eu parar”, recorda. O homem que mata com frieza mostra respeito pelo diretor e pelos guardas do presídio. Nunca encostou o dedo neles. “Eu só mato canalhas.”
Pedrinho começou sua carreira de crimes aos 14 anos, com a morte do prefeito de Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais, cidade em que nasceu. “O erro dele foi ter acusado meu pai de roubo”, explica. Refugiou-se em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, onde começou a roubar bocas-de-fumo e a matar traficantes. Anos mais tarde, executou o próprio pai numa cadeia de Mogi das Cruzes. O motivo: durante uma briga, Pedro Rodrigues matou Manuela, a mãe de Pedrinho, com 21 golpes de facão. A vingança do filho foi ainda mais cruel. Além das facadas, arrancou o coração do pai e comeu um pedaço.
LIVRE EM 2002
O matador costuma estrangular suas vítimas. Mas reconhece que gosta de provocar dor. Numa prisão de Araraquara, no interior de São Paulo, degolou com uma faca sem fio o homem acusado do assassinato de sua irmã. “Ele era meu amigo, mas eu tive de matar.”
Os dias são iguais na Casa de Custódia. Pedrinho acorda às 5h, toma café e faz seus exercícios até as 9h. Depois do banho, costuma ler até a hora do almoço. Gosta de Sidney Sheldon, mas está lendo Raízes, do norte-americano Alex Haley. Faz a digestão escrevendo em seu diário. Às 15h, desce para tomar banho de sol no pátio do pavilhão, sempre acompanhado por dois guardas, enquanto todos os outros presos estão recolhidos. Vai dormir por volta de 19h30.
Condenado a 400 anos, Pedrinho deveria deixar a prisão em 2002, ano em que completa três décadas de reclusão. “O período máximo que uma pessoa pode ficar presa no Brasil é 30 anos, de acordo com o Código Penal”, diz o criminalista Alberto Marino. “O artigo 5.º da Constituição proíbe a prisão perpétua”, afirma.
Pedrinho quer a liberdade para refazer sua vida ao lado da namorada, cujo nome ele não revela. Eles se conheceram trocando cartas, há um ano e meio. Depois de cumprir pena de 12 anos por furto, ela foi solta e visitou Pedrinho em Taubaté. O diretor do presídio confirma o encontro: “Ela parecia bem apaixonada”.
Para ganhar a vida honestamente fora da prisão, Pedro quer trabalhar em um matadouro. Quando era garoto, em Minas Gerais, trabalhou num pequeno abatedouro de aves. Ele é o primeiro a admitir que não sabe fazer outra coisa.
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