5 de jul. de 2014

- Sombras -

- Este é um relato de uma experiência real. Os fatos narrados realmente aconteceram - 
É costume da galera se reunir na casa de alguém para fazer um programa tranqüilo e barato. Dessa vez combinamos de ir na casa do meu primo assar uma carne, tomar uma cervejinha e bater papo.
Essa casa era um lugar “pesado”, podemos assim dizer. Quando ela foi comprada pelo meu tio, estava ainda incompleta, e teve que ser quase toda reformada. A única parte que já estava finalizada, era o salão que ficava no terceiro andar. Meu primo sempre me contava, uma balela, que o homem que estava construindo a casa matou suas filhas e se suicidou no salão, por isso a casa foi vendida tão barato. É claro eu nunca acreditava até que eu fui morar lá.

Aconteceram várias situações bem assustadoras, como muitos barulhos de passos vindo do salão, vultos, luzes piscando... mas deixarei (talvez) para futuros textos. Contudo no dia desse churrasco especificamente foi o dia de maior atividade da casa e a minha experiência mais extrema com o sobrenatural.

Muita cerveja, cigarros e conversas se passaram até que J. (não usarei os nomes deles) dá um pulo assustado. Ele aponta pra a porta da cozinha, pálido, e diz que tinha visto uma velha “atravessando a porta” nós acreditamos, claro, ele é um cara que tem uma sensibilidade para sentir certas energias e ver certas coisas.

Tentamos mudar de assunto, falar piadas, conversar bobagens para esquecer do susto e deixar por isso mesmo. Deu certo. Depois de um tempo a galera foi pra piscina outros pra sauna e acabamos ficando eu, minha namorada, T. e D. conversando sobre umas questões esotéricas que estávamos estudando na época.

Logo após chega P. põe um rayban e fica lá calado ouvindo nossa conversa com uma expressão “diferente”. Quando eu perguntei se tava tudo certo ele apenas sussurra “estou apenas observando”. P. ficou encarando minha namorada com um sorriso irônico. Ela, depois de um tempo me disse que não estava se sentindo bem e que iria para o quarto deitar um pouco.

Quando ela saiu P. tirou os óculos bocejando, com cara de perdido e entrou na piscina também, T. chegou discretamente e me falou que tinha visto uma coisa estranha: Quando P. estava na mesa “só observando” seus olhos estavam esbranquiçados.

Na hora que T. me falou isso minha intuição gritou SOBE LÁ NO QUARTO AGORA ELA PRECISA DE VOCÊ eu corri e quando cheguei no quarto a namorada estava se contorcendo na cama, havia uma sombra em cima dela apertando sua garganta. Na hora que eu cheguei e liguei a luz a sombra desapareceu e a namorada deu uma puxada forte de ar tentando recuperar o fôlego.


Obviamente ficamos MUITO assustados! Resolvemos descer para junto do pessoal de novo. Não íamos contar para ninguém do ocorrido, mas quando descemos notamos que o “clima estava pesado”, é difícil explicar, mas as pessoas pareciam mais caladas, o lugar parecia mais sombrio... Não demorou muito tempo até todo mundo ir embora e os que iam passar a noite se alojarem em seus respectivos lugares.

Hoje me arrependo profundamente de ter aceitado isso, no dia acabamos ficando com o quarto do salão no terceiro andar (o lugar mais tenso da casa). Na hora eu nem me toquei, eu só queria ficar à sós com a namorada e ter um pouco de “ação” antes de dormir. Pena que a ação que eu tive não foi a que eu desejava.

Tão logo chegamos, trocamos alguns beijos, algumas carícias e fomos conversar sobre esse dia estranho, principalmente a situação do quarto. A luz ficou fraca de repente, mas nem liguei isso acontecia quando ligava mais de um chuveiro ao mesmo tempo. Ao poucos o quarto ficou muito frio e o ambiente meio...... opressivo. Estávamos muito desconfortáveis então aquilo apareceu.

A sombra voltou!

Todo o clima do quarto mudou drasticamente, a sombra surgiu no canto do quarto ela vinha do chão até o teto e ficou ali parada nos observando então lentamente começou a se mover ele parecia que crescia, foi tomando conta do quarto e se curvando sobre nós.

Nós estávamos acuados na cama sem conseguir reagir de surpresa e principalmente medo da situação. A sombra não tinha rosto, nem feições apenas uma leve silhueta humanóide rapidamente estávamos cercados por sombras.

Minha namorada começou a pedir ajuda à quem lembrasse. Tentou anjos, santos, arcanjo Miguel, São Bento, quanto mais tentávamos nos concentrar e nos defender mais fracos ficávamos.

Meu corpo já estava doendo, não sentia minhas extremidades, meus braços estavam fatigados e minha cabeça latejava a ponto de verterem lágrimas. Eu já estava entrando em desespero, a namorada estava calada atônita. Ela parecia que já tinha se entregado, desistido ou não tinha mais forças nenhumas para lutar. A sensação de impotência foi indescritível.

Foi aí que veio à minha mente: SÃO JORGE. Na mesma hora eu vi um brilho se reacender nos olhos da namorada, ela pensou exatamente a mesma coisa. Mentalizamos com o que restava de nossas forças na imagem do guerreiro matando o dragão, no concentramos no máximo que nossa capacidade podia. Tudo começou a girar, eu parecia que estava nos últimos graus de embriagues.

A lâmpada do quarto voltou a ficar mais forte, a sombra que quase nos cercava foi diminuindo até voltar para o canto resistiu um pouco e diminuiu até sumir.

Eu e a namorada apagamos exaustos, posso até dizer que desmaiamos por tanto esforço. No dia seguinte eu acordo com o corpo MUITO dolorido e muito cansado. Quando me levanto tenho uma surpresa que me faz arrepiar até hoje quando conto essa história...

A porta parecia estar melada, um óleo escorria da porta e quando se passava os dedos eles ficavam oleosos também. Essa mancha na porta tinha o formato exato de um homem montado num cavalo matando um dragão.

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