19 de jun. de 2014

- Ser Ateu: Até Onde Seu Ceticismo Será Testado? -

E aê leitores do TheShadowRoom, bllz? Então, hoje trazemos uma boa dose de Polêmica ao TSR. Aqui trago um relato enviado pelo nosso e-mail por um leitor Ateu. Ele pediu para que nós deixássemos seu nome/informações pessoas em anonimato, então assim será. Preparados?
Ser Ateu: Até Onde Seu Ceticismo Será Testado?


Ser ateu significa não crer no divino. Quando alguém passa a se chamar de ateu significa que ele não crê no sobrenatural, não crê em anjos nem em demônios. Não crê que exista uma força 
além da fisicamente possível.

Eu sou ateu.

Cresci em uma família religiosa e fui incluso no catolicismo desde o meu nascimento, porém com o passar dos anos e ao amadurar-me como pessoa notei que não compreendia a religião, e que pessoalmente não acreditava em nenhuma das divindades as quais se baseiam as correntes religiosas que temos escutado. Meus pais não foram a favor de ter um filho com um pensamento diferente deles. 
Não era conveniente para eles ter um filho que não compartilhava as mesmas 
crenças. Ali se rompia uma tradição.

Apesar de deixar minha família descontente, eu estava convencido de que era ilógico crer que podiam existir seres que rompiam os parâmetros do natural e que vinham de um lugar o qual a complexa mente humana não podia compreender. Acreditava eu que os fantasmas e demônios eram produto de nossa
imaginação e uma espécie de piada do nosso subconsciente. 
Maldito dia em que minhas crenças foram postas a prova...

Já havia passado da meia-noite, e como de costume eu me encontrava jogando algum video-game portátil na escuridão do meu quarto, encostado em minha cama. Não recordo a hora exata em que escutei alguns arranhões no corredor que davam acesso as escadas, as quais, por sua vez, conduziam ao inferno piso de baixo. A princípio pensei se tratar de uma ratazana que havia passado por um buraco que ligava o banheiro à metade do corredor. Me levantei, caminhei em direção ao ruído iluminando a penumbra do local com a tênue luz da tela de meu celular e busquei no silêncio a fonte do ruído, porém foi em vão. Supus então que seja lá o que tivesse feito aquele som havia retornado para sua toca, afinal assim que pus os pés para fora de meu quarto o ruído se esvaiu. Sem mais problemas, regressei à minha cama e dormi com o cú na mão tranquilamente.

Passaram dois dias sem inconvenientes, dois dias em que não escutei nada durante a noite. Até que chegou a noite do terceiro dia. Já era bem tarde quando escutei o som de novo. Era como se algo estivesse arranhando a porta do quarto ao lado. Igualmente ao que tinha feito na vez anterior, tomei em mãos meu celular e fui em busca da origem daquele som, esperando encontrar algum roedor. Novamente o ruído sumiu assim que pus meus pés para fora do quarto, eventualmente não descobri sua origem. Retornei para o quarto e me encostei na cama. Após alguns minutos, voltei a escutar o barulho; era como se quem o causasse, tivesse a intenção de me irritar. Depois de alguns minutos o ruído parou e eu dormi, agora, desconfortável.

Esse fenômeno se repetiu sem nenhum padrão, algumas noites se escutava, em outras não. Entretanto o mais intrigante nisso era que os arranhões pareciam cada vez mais vorazes e em certas ocasiões eu escutava um tipo de som gutural muito baixo, como um gemido que expressava dor e ódio. Para mim, o mais lógico é que aquilo se tratava de um fruto da minha imaginação. Contudo, isto me causava medo, mas não um medo normal, não como o medo que se sente quando um parente seu está a beira da morte, ou como quando, em um assalto, te apontam uma arma na cabeça. Não era esse tipo de medo já percebemos, pode parar de enrolar agora, porra. Pela primeira vez eu me perguntava 
se realmente não acreditava em seres sobrenaturais.

São duas da manhã e estou no meu quarto. A porta está fechada e estou na frente do meu computador vendo hentai, enquanto ainda tenho vida. Está cada vez mais perto. Ainda não sei o que - ou quem - é esse ser, no entanto estou seguro de que não é um rato, ou qualquer espécie de roedor, ou até mesmo um animal. Creio que nem mesmo humano seja. Escuto os arranhões, desta vez, no entanto, em minha porta. Roem na escuridão, gemidos de dor e ódio. Um som que faz meu sangue congelar, um som que pouco a pouco corrompe minha saúde mental. O horror que me faz perder o juízo e sanidade. Ele quebra minha razão e faço a única coisa que tem sentido nesse momento, escrever o que se passa.

Que momento fodido para ser um ateu.

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