16 de set. de 2012

- Pêndulo -

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Desde que eu era criança, lembro-me de ouvir um som na antiga casa de fazenda da vovó. Mamãe ia me colocar para dormir no quarto de cima e descia as escadas para dormir com meu pai, deixando eu e meu irmão sozinho no quarto no andar de cima.

Uma hora ou um pouco depois que tinha sido colocada na cama, um ruído de riscar podia ser ouvido acima de nossas cabeças no sótão todas as noites. Ele era lento... como um pêndulo. Para frente e para trás, ele ia varrendo o teto, às vezes deslizando mais rápido antes de desaparecer de volta para um arranhão lento. No início, estávamos com medo, como as crianças são acostumadas a ter, mas nós aprendemos a viver com ele e nos confortou de alguma forma estranha. Ele era tipo "ruído branco", e isso nos ajudou a dormir.

Bem, eu sou um homem crescido agora. Vovó faleceu há alguns anos. Como estávamos limpando sua casa, mamãe e eu nos encontramos no sótão. Estávamos limpando algumas caixas velhas e outras coisas quando fui para o meio do chão de madeira. Apesar de anos de poeira tivessem coberto eles, ainda havia riscos visíveis na madeira.

Eu, rindo, comentei com minha mãe sobre ouvir um ruído coçando quando eu costumava dormir na sala abaixo e o rosto da minha mãe ficou sem cor. Ela gentilmente me levou pelos ombros e me contou a história sobre como seu avô, o pai da minha avó, havia perdido o emprego na Grande Depressão e mal podia dar ao luxo de alimentar sua família. Ele chegou em casa uma noite e enforcou-se no sótão com um freio de cavalo.

Aparentemente, ele voltou atrás em sua decisão, porque ele se esforçou para se soltar no final, batendo os pés. Suas botas pesadas tinha arrancado a madeira onde ele se enforcou.

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